Minha primeira visita a um tribunal durante a adolescência foi marcada por uma intensa curiosidade. Acompanhando minha mãe, uma faxineira do local, fui envolvido pela atmosfera solene de um júri em andamento. A cena, digna de um filme, com suas togas e a presença imponente do juiz, deixou uma impressão duradoura, alimentando minha fascinação pelo mundo jurídico.
Lembro-me vividamente da primeira vez que entrei em um Fórum. Eu era apenas um adolescente, entregando uma encomenda para minha mãe, que na época trabalhava como faxineira naquele local. Coincidentemente, naquele dia, estava acontecendo um júri, semelhante aos que vemos nos filmes americanos. Minha curiosidade era imensa e eu não pude resistir à tentação de subir ao segundo andar para observar mais de perto.
Foi uma experiência quase cinematográfica. Vi várias pessoas sentadas de um lado, o juiz à frente, e abaixo dele o promotor e o defensor. Todos estavam vestidos com capas pretas sobre suas roupas, que mais tarde entendi serem togas, vestes talares que vão até os calcanhares. Havia uma multidão assistindo ao julgamento.
Muitas coisas me impressionaram naquele dia, mas o que realmente me chamou a atenção foi a elegância das pessoas naquele ambiente; parecia que todos eram importantes.
O tempo passou e comecei a faculdade de Direito. Graças a Deus, tive a oportunidade de estagiar no mesmo local onde minha mãe trabalhou por anos. Logo no segundo mês, comecei a realizar audiências como conciliador/mediador, mesmo estando apenas no segundo período da faculdade. Foi aí que aprendi uma lição que levaria para o resto da minha vida.
Um dia, conversando com um professor sobre meu estágio, pedi um conselho. Ele me disse: "Kayque, comporte-se de tal maneira que as pessoas, ao entrarem em uma sala de audiência, não consigam diferenciar quem é o juiz, o promotor e o estagiário." Aquelas palavras ecoaram na minha mente. Como poderia me tornar semelhante a eles, sendo apenas um estagiário? Foi quando percebi que não precisava estar formado para me comportar como um advogado, promotor ou juiz.
A partir daquele dia, comecei a me vestir, falar e agir no ambiente de trabalho como se já fosse um advogado, respeitando o ambiente forense. Não foi uma tarefa fácil, pois fui criado de maneira completamente diferente. Mas se eu realmente quisesse ser alguém naquele meio, deveria começar a me comportar como tal desde já.
Os resultados foram imediatos; muitas vezes, as partes me confundiam com um advogado, juiz, promotor ou servidor, simplesmente pelo modo como me vestia, comportava e expressava. Como disse o renomado consultor de imagem masculina Alexandre Taleb: "Vestir-se bem pode até custar caro, mas vestir-se mal custa muito mais caro do que se imagina: você perde respeito, perde valor, perde oportunidades, perde conexões e, mesmo sem querer, perde trabalhos." Outra frase relevante é: "Sua aparência é tão importante quanto o seu talento."
Em resumo, o que estou tentando dizer é que, se você deseja ser médico, padre, pastor, advogado, juiz, promotor ou qualquer outra profissão, é crucial começar a se vestir para o trabalho que deseja ter, não para o que tem atualmente. Você vai perceber que as pessoas passarão a tratá-lo da maneira que você deseja.